PREPOTENTES, INCOMPETENTES, IMPOTENTES
Há muitos casos (e cada vez mais) de instituições de se insuflam tanto pela ambição desmedida dos seus dirigentes que perdem o seu sentido, o seu objetivo, o seu propósito.
A PSP, Polícia de Segurança Pública, é uma delas.
E já há alguns anos.
A PSP passou a ser uma instituição comandada e dirigida por académicos e burocratas, com especializações, mestrados e doutoramentos feitos no estrangeiro e não por efetivos que conquistem, em serviço e por meritocracia a sua ascensão na carreira os postos de comando e direção.
Sou completamente a favor do estudo, da investigação, da pesquisa, mas como ponto de partida para a ação, nunca como fim em si mesmo.
A prática sem teoria é improviso, mas a teoria sem prática é estéril.
Quando as chefias da PSP chegam aos cargos de comando sem provar que conseguem pôr em prática a teoria, que conseguem transformar em operacionalidade os conceitos táticos e estratégicos, sem que tenham nenhuma noção entre o confronto dos conceitos e os resultados reais por eles gerados, então, a PSP deixa de ser uma Polícia, uma Força de Lei e Ordem e passa a ser mais um departamento de emissão de pareceres e estudos completamente desfasados da realidade.
Proibir a Monumental Serenata da Abertura da Queima das Fitas da Universidade de Coimbra por "falta de segurança" é de um absurdo tão gigantesco que roça o ridículo extremo e a ignorância abjeta.
Trata-se de um dos momentos e um dos símbolos mais marcantes não só da tradição académica, não só da nobre cidade de Coimbra, mas também, e fundamentalmente, de Portugal, da portugalidade e dos portugueses.
Não se pode "cancelar" com um "parecer" a história, a tradição e a alma de um povo.
A função da PSP não é emitir uma "parecer" sobre a segurança do evento, é GARANTIR a segurança do mesmo evento.
Mas a serenata fez-se, com milhares de pessoas, sob o olhar e a impotência dos burocratas da PSP que, como qualquer arrogante, não imaginou que nada pára e cala a vontade do povo.
Desautorizada, descredibilizada e humilhada a PSP ouvir cantar-se a "Trova do Vento que Passa", música que era cantada como oposição às forças brutas do antigo regime.
"Há sempre alguém que resiste. Há sempre alguém que diz não" foi a mensagem que o povo deixou à PSP, vincando a descritibilidade, o ridículo e desprestigio de que esta instituição detém junto dos portugueses.
E é grave, muito grave.
Porque a PSP é um dos garantes da Lei e da Ordem em Portugal, por isso deve ter, perante os cidadãos, uma imagem de prestígio, de idoneidade e de eficiência.
É urgente que a PSP volte a ser uma polícia dirigida por policias e que faça policiamento real.
Burocratas já temos que chegue.