PAZ NA UCRÂNIA e o cúmulo absoluto da hipocrisia

24-02-2023

A República Popular da China apresentou, hoje, um plano de paz para o conflito Ucrânia-Rússia, em 12 pontos, que, tanto a Ucrânia como a Rússia, consideram não perfeito, não completo, mas, pelo menos, uma base de trabalho razoável, exequível e ponderada.

Isto é: os 2 intervenientes do conflito, pela primeira vez num ano de guerra, concordaram em algo e em algo que os pode conduzir à paz.

Todos devíamos estar a festejar uma vitória, pequena que seja, embrionária que seja, ténue que seja, mas, sem dúvida, um feito, uma conquista, uma vitória.

Mas, eis! senão quando, a União Europeia discorda completamente e afirma, categoricamente, em conferencia de imprensa que "só o fornecimento de armas à Ucrânia e a derrota Russa pode conduzir à paz!" disse a Ursula von der Leyen (se duvidam vejam em qualquer serviço de noticias).

Como assim?

Claro que esta declaração indecente e ultrajante (para além de absurda) da União Europeia, foi secundada, de imediato, pelos Estados Unidos da América.

Com estas palavras, revelam-se, límpidas e cristalina, as intenções do "bloco ocidental" e que o são desde o início e que, na realidade, precipitaram este conflito: A União Europeia e os Estados Unidos não estão interessados em qualquer tipo de paz ou em qualquer tipo de acordo.

Estão somente interessados em vencer a Rússia e na capitulação do governo de Putin.

Somente e nada mais!

A Ucrânia, a sua independência e liberdade, o seu povo, as suas instituições, não são nem nunca foram a razão: foram sempre o pretexto que, traz como "bónus" os imensos recursos Ucranianos e uma gigantesca divida que a Ucrânia e o seu povo ficarão a pagar durante séculos aos seus "aliados" (como o plano Marshall da IIª Grande Guerra que ainda hoje está a ser pago pela Europa aos Estados Unidos e longe, mas mesmo muito longe, de estar saldado).

Hoje, sem margem para dúvida, foram expostos 2 factos inegáveis: a hipocrisia sem limites da União Europeia e dos Estados Unidos e os seus verdadeiros interesses neste conflito.

Porque, por muito alheada que seja a Dr.ª von der Leyen, há uma coisa que é somente necessário comum bom-senso para se saber: não há paz que seja atingida pelo fornecimento de armas.

Como é obvio este acordo está condenado ao fracasso porque Volodymyr Zelensky nunca ousará contradizer os seus Mestres e Senhores.

Para além de tudo a União Europeia e os Estados Unidos nunca, mas nunca MESMO, permitirão este tratado por mais uma razão:

Porque seria a República Popular da China, em 12 pontos, a resolver uma questão que eles não conseguiram resolver em 12 meses.

E isto, para além de um atestado explicito e declarado de incompetência à diplomacia Europeia e Norte Americana (como se esse atestado fosse necessário...), para além de uma vitória e de uma conquista retumbante da cada vez mais eficaz diplomacia de Pequim, daria um ascendente à China no panorama geopolítico e geoestratégico global que tanto Washington como Bruxelas, pura e simplesmente, não podem aceitar e tolerar.

Assim, não haverá acordo.

A guerra continuará.

A Ucrânia e o seu povo continuarão a sofrer.

Porquê?

Para que os mesmos de sempre continuem a fazer as mesmas asneiras de todos os dias.

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