OS INTOCÁVEIS e a ousadia e génio de repensar os clássicos!!!
No meu tempo, na área das artes, mas muito na música em particular, os clássicos eram intocáveis. Não passava pela cabeça de ninguém "beliscar", sequer, os grandes e vetustos mestres!
Claro que havia várias "abordagens" aos grandes compositores como Bach, Mozart, Vivaldi, Beethoven, Brahms.
Dessas abordagens tiveram origem as grandes interpretações como as de Glenn Gould de J.S. Bach (em especial a divina gravação das Variações Goldberg, BWV 988, de 1955); Maria João Pires a interpretar os Noturnos de Chopin ou, mais recentemente, Hilary Hahn numa magistral interpretação do Concerto para Violino em Ré Maior, op. 77 de Brahms.
Mas eram abordagens, interpretações.
Não se "tocava" em nada, não se "mexia" em nada e alterar era um sacrilégio imperdoável.
Mas estes tempos mudaram!!!
Uma nova geração de músicos está a correr o "risco" de abordar os clássicos com coragem e arrojo e mudar, alterar, misturar, tudo e mais alguma coisa.
Orquestras clássicas com sintetizadores, recorrendo a todas as possibilidades do digital, criando simbioses, sinergias que, enquanto me chocam, também me "tiram o chão" e me elevam, me levam a sonoridades e harmonias que eu não achava possíveis.
Por vezes corre mal, outras é interessante, mas outras há que é genial.
E as geniais valem bem a pena todas as experiências falhadas!!!!
E olhem que, como muitos sabem, eu sou um purista conservador, até na música!!!!
Deixo-vos aqui 3 sugestões geniais de diferentes abordagens e adaptações uma de Bach e outra de Vivaldi.
Espero que gostem!
Infinite Bach
Bach recomposed by Johan Ullén
Christian Svarfvar, violin
London Philharmonic Orchestra
Johan Ullén, harpsichord/keyboard
Sinkovsky Plays & Sings Vivaldi
La Voce Strumentale Orchestra
Violin, Conductor, Countertenor Vocals by Dmitry Sinkovsk
THE NEW FOUR SEASONS
by Max Richter
Chineke! Orchestra dirigida por Elena Urioste
Os três no Spotify e no iTunes