OS DESCARTADOS
Este governo começou com aquela força de fazer alguma coisa, de realizar, de encher parangonas todos os dias, de tomar a iniciativa.
E não quiz fazer a coisa por metade, quiz que fosse em grande.
Então elegeu como objetivo, mesmo como alvo, a juventude, que é necessário reter em Portugal, estagnar esta "sangria" de talento, de inovação de força e de vontade.
Por isso há políticas e benefícios de toda a espécie e feitio para jovens até aos 35 anos.
Excelente!
Mas beneficiar uns nunca pode implicar desprezar outros.
Outros que não tem mais 35 mas mas também não tem 65, que continuam a trabalhar, a contribuir, ou então a não conseguir encontrar emprego, mal pagos e esmagados por uma política tributária estranguladora, velhos de mais para serem beneficiados, novos demais para serem recompensados.
Somos os "descartados".
Acumulamos anos de experiência em negócios e em empresas, temos o saber da prática e o saber fazer realizar, ainda temos muito para dar, muita energia e vontade de contribuir mas ninguém nos quer.
Sem sermos nem novos nem velhos somos os descartados desta sociedade e deste governo que só não nos tirou a obrigação de pagar impostos.
Desperdiçar a minha geração é desperdiçar um dos maiores patrimónios do país é aquele que pode gerar retorno mais imediato: a experiência aliada ao saber, a teoria aliada à prática, o sonhar mas realizar.
Não nos desperdicem, não nos descartem.
Ainda temos muita força e vontade.
Porque este país ainda também é o nosso.