O DESTINO DAS NAÇÕES

28-02-2023

Porque é que é o Homem que domina a Terra, porque somos nós os senhores da criação?

Para além das respostas muito elaboradas da ciência e da filosofia há duas razões simples, diretas e basilares:

Porque o Homem é o ser mais ambicioso e inconformado animal de toda a criação.

O Ser Humano, ao longo da sua breve história 2,5 milhões de anos em comparação com os 13,73 mil milhões de anos do Universo, com Planeta Terra com 4,54 mil milhões de anos e a vida com 230 milhões de anos da vida), tentou sempre ir mais além, conquistar mais, subir mais alto, ir mais longe, possuir mais, conseguir mais, superar-se, em constante luta com o seu destino, com a sua mortalidade que nunca aceitou.

O Homem caracteriza-se, assim, pela sua constante ambição e nunca saciada sede de poder.

E só isso trouxe a espécie humana até onde está hoje.

No entanto, quando mais crescem as sociedades e quantos mais partilham o mesmo espaço, que, assim, vai ficando mais e mais pequeno, gerado pela mesma ambição, vontade e ânsia de poder, vão surgindo os conflitos.

O Homem é uma vítima nada inocente do seu próprio progresso.

Com a sedentarização o Homem torna-se estável, toma nas mãos grande parte do seu destino e deixa de ser um joguete nas mãos dos deuses caprichosos das origens e passa a ser o deus de si mesmo.

Tem as colheitas e os animais, domina os seus recursos e, com isso, prospera e cresce.

Mas quem cresce tem de crescer para algum lado, quem cresce precisa de cada vez mais recursos, mais alimento, mais água, mais riqueza, mais espaço.

Nem que esses recursos e espaço sejam de outros.

A sobrevivência é algo de tão importante para a espécie que o Homem não se importa de aniquilar os seus semelhantes para o conseguir.

A história humana pode reduzir-se à história da tirania do sucesso.

Os mais capazes e fortes vencem, os mais fracos perdem.

E assim o mundo, a história vai ditando a sua própria e muito impiedosa seleção natural.

E é os confrontos dentro desta impiedosa seleção natural entre seres pensantes e dominantes que ditam o destino de todos.

Porque, no mundo real (e ao contrário do mundo dos ideais em que tudo, até o inverosímil é possível), se alguém submete alguém tem de ser submetido, se alguém ganha alguém tem de perder, num planeta de recursos limitados, se alguém tem muito alguém tem de ter pouco.

É essa a partilha de poder, de recursos e de espaço que a política e a diplomacia tentam gerir.

Mas para fazer essa gestão de forma consciente, eficiente e realista é necessário que se conheçam alguns princípios básicos e imutáveis da condição humana e de como esta se comporta enquanto grupo, enquanto sociedade e enquanto estado.

É o mundo do verdadeiro poder, da Geopolítica e da Geoestratégia, que planeia em anos e não em dias, que condiciona futuros e não presentes, que estabelece quem ganha as guerras e não quem vence as batalhas.

Um mundo de sombras e de ocultos, de segredos e de omissões, mas o mundo onde se consegue pôr em prática tudo o que acontece no mundo:

até o Bem.


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