ELEIÇÕES EM ANGOLA
Foi com grande expectativa que segui as eleições em Angola.
E foi com grande curiosidade que vi os seus resultados.
Primeiro acho, sinceramente, e com base em todas as informações que nos chegaram, que as eleições foram livres e justas.
Houve casos? Claro que houve, há sempre!
Mas não ao ponto de por em causa a veracidade dos resultados eleitorais.
Depois é, sem margem para dúvida, o fim de uma era.
O MPLA tinha a sua base alicerçada na gratidão imensa que o povo lhe tinha por ter, com José Eduardo dos Santos, garantido a paz.
Mas o José Eduardo dos Santos morreu e a geração que se lembra da guerra também está cada vez velha e a sua representatividade eleitoral a diminuir.
A geração que começa a ter expressão e representatividade no eleitorado angolano já não se lembra da guerra, já não está presa a gratidões, já não está agarrada aos velhos fantasmas.
É uma Angola jovem, ambiciosa, mas pouco "educada" em termos políticos.
O que a faz "presa fácil" de demagogias, líderes carismáticos e promessas eleitoralistas.
E se essas são ""ferramentas" que Adalberto Costa Júnior parece saber usar e cada vez melhor, João Lourenço e toda a estrutura do MPLA parecem estar presos a um modelo ultrapassado, fossilizado de estar e fazer política.
O que nos leva a uma previsão não muito difícil de fazer:
Ou o MPLA altera, completamente o seu modo e modelo de fazer política e relacionar-se com o eleitorado ou será o seu último mandato à frente dos destinos de Angola.