A vitória esperada de Lula!

30-09-2022

Quem é Inácio Lula Silva?

A resposta é relativamente simples:

Um operário, de extrema-esquerda, primeiro revolucionário, depois sindicalista, depois ainda transformado em político que nunca fez mais nada na vida que isso mesmo: ativismo e política.

Idealista mal preparado, profundamente ignorante no que interessa e tem de se saber em relação à complexa gestão de uma nação, muitas vezes alheado da realidade ou, pelo menos, da realidade completa e multifacetada que constitui o tecido social, Lula continua a defender ideologias, políticas e conceitos que faliram se mais não for porque a história provou que não funcionam.

Incapaz de evoluir, como todos os ignorantes, ficou preso à única retórica que alguma vez aprendeu, não por convicção, mas por incapacidade de aprender outra.

Quando foi presidente geriu o Estado de forma calamitosa, gastando o que não tinha, inventando ganhos que nunca existiriam (o famoso caso da Petrobrás e do Pré-Sal), criando desigualdades gritantes, em especial na classe média, que ficou completamente asfixiada. Governando um dos pais mais ricos do mundo, Lula da Silva, em dois mandatos, criou uma nação improdutiva, dependente de subsídios, com um êxodo massivo de quadros médios e superiores e uma fuga dramática de novo investimento, progresso e criação de valor.

Uma gestão assim causou e permitiu o Lava Jato (não estou a dizer que Lula estivesse envolvido), uma escalada de insatisfação da classe média e classe produtiva e um país que, embora demostra-se estabilidade, essa era sustentada pelo Estado e não pela produção e rentabilidade da sociedade e do tecido empresarial como deve ser num país economicamente saudável.

Lula da Silva acaba por sair incólume de toda esta incompetência porquê termina os seus dois mandatos e quem acaba por "pagar a fatura" da contestação, impopularidade, recessão e não sustentabilidade económica é Dilma Rousseff que, não beneficiando do valor em alta do Petróleo (como Lula beneficiou), não consegue sustentar uma economia dependente dos subsídios estatais mantidos pelos petrodólares.

Mas o maior prejuízo e a pior herança que Lula deixou ao Brasil foi Jair Bolsonaro.

Só por ter criado a conjuntura que permitiu e tornou possível a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República Brasileira, Lula da Silva devia ser condenado a prisão perpétua.

Jair Bolsonaro é muito mais difícil de definir. Porque não há palavras para descrever tal falta de humanidade a todos os níveis. Jair é um não político, e quase uma não pessoa: Ignorante, preconceituoso, mesquinho, fanático, Bolsonaro é a destilação dos piores defeitos de uma sociedade brasileira com saudades da antiga ditadura onde, como em todas as ditaduras, a mediocridade, a nulidade e o conservadorismo são qualidades e não defeitos. Bolsonaro é o apogeu e o símbolo de uma sociedade cada vez mais fechada em si, cada vez mais egoísta, preconceituosa, mesquinha e sem capacidade de qualquer tipo de raciocínio que não seja o mais básico e, logo, o mais estupido. Conquista e mantem eleitorado, ainda algum, porque as suas medidas imediatistas geram a sensação de resultados imediatos, embora, mesmo numa superficial análise, seja obvio que a média e longo prazo será calamitosa e ruinosa.

Bolsonaro prova que é possível ser humano sem se ser pessoa, consegue pôr em causa Descartes porque, se de facto ele existe, também é um facto que não pensa.

O mandato de Jair Bolsonaro seria uma comédia hilariante se não fosse real.

Os seus discursos repletos de incoerências e ridículo, as suas comunicações acompanhadas por acordeões a tocar o "Ave Maria", as rezas dos pastores em cerimónias de Estado, as suas políticas sem qualquer tipo de estratégia ou propósito, o modo errático com que geriu o seu governo com várias dezenas de ministros ao longo de 4 anos são apenas, e só apenas, um breve exemplo da administração de Bolsonaro.

Domingo estes homens irão a votos e serão os mais votados disputando, depois, uma segunda volta.

Ou, indicam sondagens de hoje, nem haja segunda volta ganhando Lula logo à primeira.

Em ambos os cenários Lula sairá vencedor.

Neste panorama só temos uma certeza: o Brasil saíra a perder.

Não há nenhuma hipótese de, com estes candidatos, o nosso país irmão sair vencedor e com esperança no futuro para os próximos anos. Não há!

O Brasil será governado ou por um ignorante incompetente ou por um fanático inconsequente.

Entre os dois.... Mas vale a ignorância ao fanatismo, mais vale a incompetência à inconsequência. Embora os efeitos sejam quase idênticos, ao menos os motivos são mais aceitáveis.

Ao menos Lula acredita naquilo que diz embora o que acredita seja errado. Bolsonaro não diz aquilo em que acredita pois não acredita em nada para além dele mesmo e do seu mundo pequeno, medíocre e fanático.

Não teria dúvidas em quem votar domingo embora o fizesse sem qualquer tipo de convocação, esperança ou ânimo.

Tristes democracias estas em que os eleitores têm de escolher entre o mau e o péssimo.

Churchill dizia que "o povo tem os políticos que merece".

Talvez seja altura do Brasil e os brasileiros deixarem de atacar os políticos (em que são ótimos) e começarem a fazer uma profunda e séria reflexão do porquê de um país tão grande, tão diverso, com tanto potencial, com tantos intelectuais, artistas e pensadores de renome e dimensão mundial, gerar políticos deste tipo.

Porque os políticos, quem nos gere, devem ser os melhores entre nós e não o inverso. E no Brasil está a acontecer o inverso.

Já agora.... Nós também não perderíamos nada em fazer a mesma reflexão.