A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR aplicado ao Sistema Nacional da Saúde
Não digo nem mal nem bem desta nova opção de haver um Ministro da Saúde e um Diretor Executivo da Saúde (uma espécie de CEO no setor público).
Pois, de facto, um ministério tão complexo, gigantesco e que envolve tantas áreas como o Ministério da Saúde tem, por força, de ter uma gestão política e uma gestão técnica.
Alguém que defina as estratégias, que concilie os múltiplos e imensos atores envolvidos na complexidade dos cuidados de saúde e, depois, alguém, que faça acontecer, que execute, que ponha no terreno.
São intervenientes que, quase obviamente, tem de ter competências, conhecimentos, percursos e personalidades diferentes. Um, tem de ser um natural "animal" politico, habituado aos corredores do poder, ao jogo, à estratégia, ao "aparelho". Outro tem de ser um executante, um resolvedor de problemas, um pragmático, um simplificador sem tempo nem paciência para jogadas e "leva e traz". Por isso é mais fácil escolher duas pessoas que depender de uma pessoa que, em si, reúna os dois tipos de competências, sob pena, de, no momento, não existir sequer um indivíduo assim.
Por isso tendo em concordar com esta opção.
O grande, mas mesmo grande desafio, será manter os equilíbrios de poder, os egos exacerbados, os melindres de merecimento que, quase inevitavelmente, irão surgir.
Para isso o primeiro-ministro terá que definir, quase ao milímetro, quem é quem, quem faz o quê, quais o poder de quem, quais os limites de quem, de modo a não haver incompatibilidades, confrontos e discórdias.
Uma coisa todos sabemos: é bom que o modelo funcione porque o nosso sistema nacional de saúde não aguenta mais incompetência, falhanços e desorganização.
A ver vamos!
Mas, em suma: boa sorte aos dois, boa sorte para todos nós.